A Mónica Simão deixou o seu contributo sobre os prós e contras destes tempos de covid-19 que vivemos no que respeita à sustentabilidade (ambiental, social, económica, educacional e mesmo na saúde). Uma reflexão que mostra o espírito crítico dos nossos alunos e nos dá esperança no futuro. Aqui fica:
"Em 2019 era considerado inalcançável atingirem-se as metas do Acordo de Paris sobre o clima mas, em 2020, devido à pandemia houve uma drástica diminuição de emissões de gases com efeito estufa.
A pandemia veio
prejudicar a economia a nível mundial, milhões de pessoas ficaram
desempregadas, os cuidados de saúde foram postos à prova… Os governos passaram
a investir no bem-estar coletivo, contribuindo na saúde, bem-estar e nos apoios
à comunidade e não nos seus interesses individuais.
Esta pandemia veio-nos
mostrar imensas coisas principalmente alertar-nos para as possíveis
consequências, ainda mais drásticas, do aumento do efeito estufa. Estudos dizem
que o número atual de mortes devido às doenças infeciosas equivaleria ao número
de mortes causadas pelo aquecimento global. O Governo deveria ter uma reação
tão rápida neste caso como teve com a pandemia. Neste momento vários governos
estão a contribuir, mas não o suficiente. Apenas 1% dos 11 mil milhões de
dólares no mundo é gasto na economia verde.
Esta pandemia veio
mostrar que talvez possamos reconstruir a economia mais “verde” com novos e
diferentes empregos. No entanto as empresas de combustíveis fósseis mais
conhecidas continuam a receber subsídios altíssimos.
A pandemia também
contribuiu para o realce da violência e da diferenciação das raças tendo
prejudicado a raça negra. Os grupos minoritários foram multados pela polícia
durante o confinamento. Também se pode verificar isso no movimento Black Lives Matter. As consequências das
alterações climáticas também refletem estas desigualdades e, se verificarmos
bem, a pandemia e as alterações climáticas têm consequências “semelhantes”.
Depois desta pandemia,
temos de pensar muito bem em como a economia se irá restaurar, porque o mais
importante é a saúde das pessoas e o bem-estar do planeta. Temos de passar de
uma economia de acumulação para uma economia de distribuição. O dinheiro gasto
com a COVID-19 foi três vezes mais o dinheiro gasto com a crise financeira de
2008 e o mesmo deve acontecer com a situação das alterações climáticas."
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